Deixem-me só dizer que... (#43)
O principal problema de emagrecermos ou engordarmos quando somos pobres é que, ao mudarmos de furo no nosso cinto baratucho, os vincos no furo antigo ficam à mostra.
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O principal problema de emagrecermos ou engordarmos quando somos pobres é que, ao mudarmos de furo no nosso cinto baratucho, os vincos no furo antigo ficam à mostra.
A melodia do hino do S.L. Benfica parece a banda sonora de um filme antigo, mas não necessariamente de um filme digno de Oscar.
Parece aquela fase do cinema em que se começou a projectar áudio, e na qual qualquer coisa servia.
Logo depois da melodia antiquada, há outro factor que salta à vista. Ou assalta o ouvido, vá.
Trata-se, como é óbvio, da voz esganiçada do Luís Piçarra, que soa como se um caniche estivesse a morder-lhe as preciosidades.
Mas um caniche insistente, porque, à medida que vai puxando as preciosidades para baixo, o Luís vai fazendo uns vibratos esquisitos com a voz.
Em relação à letra, há uma coisa que toda a gente critica: as "papoilas saltitantes". Mas sem razões para isso, porque são duas palavras que caracterizam bastante bem os jogadores do Benfica: florzinhas de estufa que adoram saltitar para a piscina.
Além disso, há outro momento caricato na poesia cantada por Luís Piçarra. É o seguinte: eu percebo o que é a genica, mas do que se trata a "janica"?
Ele diz que tem a "janica" que a qualquer um engrandece... Enfim, talvez seja uma palavra da grafia antiga, daquele tempo longínquo em que o hino do Benfica ainda fazia parte da vanguarda musical, e a equipa da vanguarda desportiva.
Os taxistas estão hoje em marcha lenta por Lisboa, Porto e Faro.
Basicamente, estão a prestar o mesmo serviço que costumam prestar quando uma pessoa está com pressa, só que com o taxímetro desligado, desta vez.
"Raios, já não vou chegar a tempo à reunião..."